terça-feira, 31 de maio de 2016

Marcel Vincenti/UOL

Cânions e trilhas combinam com o friozinho em Aparados da Serra

No Sul do Brasil, Rio Grande do Sul e Santa Catarina compartilham uma fronteira com atrações singulares: estão lá o maior conjunto de cânions do relevo brasileiro e também as temperaturas mais baixas do país tropical. Em Cambará do Sul, a 180 km de Porto Alegre, é comum fazer frio próximo de 0ºC ainda no outono, em maio e junho. O inverno não desaponta quem gosta de ficar tremendo ao ar livre, vendo a paisagem coberta do branco da geada. As caminhadas nas trilhas dos cânions aquecem o corpo tanto quanto o chimarrão, a bebida quente que os sulistas sorvem com cuia e bomba.
Dois parques nacionais administrados pelo Instituto Chico Mendes concentram os principais pontos visitados. No Parque Nacional de Aparados da Serra está o cânion de Itaimbezinho, cujos paredões chegam a 720 metros de altura. Rochas cheias de fendas, aliás: em tupi-guarani, “ita” significa pedra e “aimbé”, cortante. Lá as duas trilhas são fáceis, para qualquer idade ou preparo físico.
No Parque Nacional da Serra Geral, os contornos ondulantes do cânion da Fortaleza deslumbram os turistas com ânimo para uma subida íngreme. A beleza compensa. São vales profundos, como se fossem montanhas com a garganta aberta, numa extensão gigante de 9,5 km. Como em Itaimbezinho, a mata verde se agarra às rochas e as araucárias parecem se equilibrar na beira dos precipícios. Majestosa na vida adulta, com 30 metros de altura, a araucária ou pinheiro-do-Paraná é um dos símbolos da Região Sul.
Para a aventura na terra dos cânions, o conforto se encontra em hotéis e pousadas com lareira e outros mimos como lençóis térmicos e banheiras de hidromassagem. As cidades da região têm desde opções para mochileiros até hospedagens de luxo. No lado catarinense, pousadas de Praia Grande oferecem o privilégio da visão das montanhas já nos quartos, jardins e varandas.
Em Cambará do Sul, com o apoio das agências de receptivo, os visitantes podem optar por atividades radicais ou de lazer. A trilha do rio do Boi dura o dia inteiro, são cerca de 10 km entre as pedras, assim como são necessárias manhã e tarde para as caminhadas que levam aos cânions Churriado e Malacara. Atividades mais tranquilas incluem as cavalgadas pelas coxilhas das propriedades rurais e ainda o “circuito das águas”, recantos de beleza intensa, como o Lajeado das Margaridas e as cachoeiras do Tio França e dos Venâncios.

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